A Teoria do Inconsciente em Psicanálise Etimologicamente, a palavra “inconsciente” vem do latim in- (não) + conscientia (conhecimento). Literalmente, algo que não é conhecido. Desde sua origem, ela carrega a tensão entre o saber e o oculto. Essa tensão ilumina o núcleo da psicanálise que é a existência de processos psíquicos que moldam nosso pensar, sentir e agir sem que tenhamos acesso direto. Na psicanálise de Freud, o inconsciente emerge como descoberta revolucionária, fundamental para entender a subjetividade. Freud observou, em pacientes histéricas e em fenômenos como atos falhos, sonhos, sintomas, que existiam conteúdos psíquicos ativos, recalcados, que exerciam pressão contínua sobre a consciência ( Ipa World ). Quando, na obra “O Inconsciente” (1915), ele defendeu que sem esse conceito seria impossível explicar vários fenômenos mentais, ele estava estabelecendo a metapsicologia do aparelho psíquico ( Ipa World ). A topografia freudiana divide a mente em inconsciente, pré‑...
O que é o desejo na psicanálise A palavra " desejo " nasce do latim desiderium , que carrega consigo o peso de uma ausência. Desejar é sentir falta de uma estrela que se apagou do céu da alma. Essa raiz etimológica já sussurra aquilo que a psicanálise ecoará de forma contundente: o desejo é falta. É aquilo que nos move, não pelo que temos, mas pelo que nos escapa. Desejar é dançar com a ausência, é caminhar sobre o abismo do que nunca se possui por completo. Na obra de Freud, o desejo é pulsão revestida de significação psíquica. Ele se manifesta como libido, essa energia que atravessa o corpo e o pensamento, moldando fantasias, sonhos, lapsos e repetições. Freud mostra que o desejo não se limita à satisfação de uma necessidade. Ao contrário, ele nasce justamente quando a necessidade não encontra um objeto pleno. A criança chora pelo seio da mãe, mas recebe, junto ao leite, o olhar, a voz, o tempo. O desejo surge como um resto, um excesso, uma sobra que insiste, que retorn...