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Mostrando postagens com o rótulo Neurose

O Labirinto da Neurose: Culpa, Desejo e a Prisão do Olhar do Outro

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O Labirinto da Neurose: Culpa, Desejo e a Prisão do Olhar do Outro Você já se pegou repassando mentalmente um diálogo, torturado pela possibilidade de ter dito a coisa errada? Já sentiu o calor da vergonha por um pequeno deslize, ou uma culpa desproporcional por um desejo que sequer se transformou em ato? Essa ruminação incessante, esse tribunal interno que nunca descansa e essa busca frenética por aprovação no olhar alheio não são falhas morais. São ecos de uma estrutura, de uma forma de se posicionar no mundo que a psicanálise denomina neurose . Longe de ser um mero diagnóstico, a neurose é o palco onde se desenrola o drama humano mais comum: o conflito entre o que desejamos e o que acreditamos que deveríamos desejar. Convidamos você a adentrar este labirinto, explorando como a culpa, a vergonha e a sexualidade se tornam os pilares que sustentam a angustiante pergunta sobre o desejo do Outro. O Palco da Consciência: A Culpa e a Vergonha como Atores Principais No discurso neurótico...

Neurose obsessiva: quando o pensamento se torna prisão

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Neurose obsessiva: quando o pensamento se torna prisão Pensar demais pode parecer, à primeira vista, um sinal de inteligência ou de responsabilidade. Mas há casos em que o excesso de pensamento não é sinal de lucidez, e sim de sofrimento. Na clínica psicanalítica, esse modo de funcionar aparece com força na neurose obsessiva , uma das grandes estruturas clínicas descritas por Freud e aprofundadas por Lacan. A neurose obsessiva é marcada por uma intensa atividade mental : o sujeito pensa compulsivamente, rumina ideias, revisita eventos passados, tenta prever o futuro, ensaia falas, arrepende-se de atos e se tortura com dúvidas . Em alguns casos, surgem também rituais e comportamentos repetitivos que servem para aliviar a angústia mas nem sempre de forma eficaz. O obsessivo pensa para não agir. Pensa para não desejar. Seu pensamento é, muitas vezes, uma defesa contra a angústia que o desejo provoca . Freud observou que o obsessivo é tomado por uma culpa inconsciente : teme que seus p...

Ansiedade, tristeza, depressão e melancolia: as nuances da dor psíquica

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Ansiedade, tristeza, depressão e melancolia são experiências humanas distintas, embora comumente confundidas no discurso cotidiano. Cada uma tem uma natureza própria, causas específicas e manifestações singulares no corpo e na mente. Para compreendê-las com profundidade, é necessário olhar para suas raízes etimológicas, seus fundamentos psíquicos e seus efeitos sobre o sujeito. Ansiedade  deriva do latim  anxietas , que remete ao estado de sufocamento, de inquietação interna. Ela é uma resposta natural do organismo diante de uma ameaça, seja real ou imaginária. Trata-se de uma tensão antecipatória que se manifesta tanto no corpo (taquicardia, sudorese, tremores) quanto na mente (ruminações, medo do futuro, sensação de que algo ruim vai acontecer). Na psicanálise, Freud já apontava que a ansiedade está ligada à angústia de separação, à perda de algo vital ou ao conflito entre pulsões. É uma das primeiras manifestações que podem surgir diante de sobrecargas emocionais. Tristeza ...