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Melanie Klein

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Melanie Klein nasce em Viena, em 1882, numa família judaica de classe média, atravessada por contrastes afetivos profundos. Era a caçula de quatro filhos, filha de Moriz Reizes, médico austero e intelectualizado, e de Libussa Deutsch, uma mulher marcada por perdas precoces e por um ideal de realização intelectual frustrado. A infância de Melanie foi atravessada por mortes significativas. Uma irmã morreu ainda pequena, um irmão morreu jovem e outro se afastou emocionalmente da família. Esse clima de luto, rivalidade fraterna e ambivalência afetiva não é detalhe biográfico. Ele retorna, transformado, em toda a sua teoria sobre amor, ódio, culpa e reparação. Klein nunca escreveu psicanálise como quem observa de fora. Ela escreveu a partir da ferida . Casa-se jovem, em 1903, com Arthur Klein, um engenheiro com quem tem três filhos. O casamento não foi feliz. Mudanças constantes, dificuldades financeiras e um crescente sentimento de isolamento emocional a conduzem a um estado depressivo pro...

Melanie Klein e as Crianças - O conflito não espera a linguagem

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Melanie Klein não escolheu as crianças por delicadeza, vocação maternal ou idealismo pedagógico. Ela foi empurrada até elas pela própria dor . Antes de ser teórica, Klein foi uma mulher atravessada por perdas, depressão e um sentimento persistente de desamparo interno. É desse ponto, nada romântico, que nasce sua pergunta fundamental. O que acontece tão cedo na vida que nos marca para sempre? Freud havia aberto a porta do inconsciente, mas ainda mantinha o bebê num quase silêncio teórico. Klein não aceitou esse atraso. Algo nela sabia que o conflito não espera a linguagem. O primeiro empurrão veio da própria análise. Ao se deitar no divã de Sándor Ferenczi, Melanie Klein encontra um analista que ousava escutar para além do protocolo. Ferenczi já desconfiava de que o sofrimento psíquico se organizava muito antes da infância tardia. Ele percebeu em Klein uma intuição clínica rara e a incentivou a trabalhar com crianças, algo ainda visto com enorme desconfiança no início do século XX....