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O que é Raiva, Ódio, Mágoa, Ressentimento e Alegria na Visão Psicanalítica

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O que é Raiva, Ódio, Mágoa, Ressentimento e Alegria na Visão Psicanalítica Em nosso cotidiano, frequentemente confundimos emoções como raiva, ódio, mágoa, ressentimento e alegria. Embora possam parecer semelhantes, cada uma delas possui características distintas que influenciam profundamente nosso comportamento e bem-estar. A psicanálise, fundada por Sigmund Freud, oferece uma perspectiva única para compreender essas emoções, explorando suas origens, manifestações e impactos na psique humana. Neste artigo, vamos analisar cada uma dessas emoções sob a ótica psicanalítica, buscando entender suas nuances e implicações. Raiva: A Primeira Reação à Frustração A raiva é uma emoção primária, geralmente desencadeada por frustrações ou ameaças percebidas. Freud a associava a uma resposta instintiva do ego frente a situações que desafiam seu equilíbrio. Segundo ele, a raiva pode ser uma defesa contra sentimentos de impotência ou humilhação . Em sua obra "O Mal-Estar na Civilização",...

Todo aquele que se destaca será atacado: o que a psicanálise fala sobre?

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Prefiro ser um eterno Mestre Aprendiz do que um Aprendiz Mestre! Todo aquele que se destaca será atacado: o que a psicanálise fala sobre? Introdução: o preço de brilhar Vivemos em uma sociedade onde destacar-se é ao mesmo tempo uma bênção e uma condenação . Aquele que ousa ultrapassar a mediocridade, que se expõe, cria, lidera ou simplesmente não se conforma, inevitavelmente desperta tanto admiração quanto hostilidade . É como se a luz do indivíduo que se destaca provocasse sombras nos outros, revelando inseguranças, ressentimentos e desejos recalcados . Mas por que o sucesso, a originalidade ou a diferença geram tanto ataque? A psicanálise oferece respostas profundas para esse fenômeno humano, que não é novo, mas se repete em diferentes épocas, culturas e contextos sociais . Neste artigo, vamos mergulhar no olhar psicanalítico sobre a inveja, o narcisismo ferido, o recalque coletivo e o funcionamento inconsciente que leva as pessoas a atacar justamente aquele que traz algo de nov...

Neurose obsessiva: quando o pensamento se torna prisão

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Neurose obsessiva: quando o pensamento se torna prisão Pensar demais pode parecer, à primeira vista, um sinal de inteligência ou de responsabilidade. Mas há casos em que o excesso de pensamento não é sinal de lucidez, e sim de sofrimento. Na clínica psicanalítica, esse modo de funcionar aparece com força na neurose obsessiva , uma das grandes estruturas clínicas descritas por Freud e aprofundadas por Lacan. A neurose obsessiva é marcada por uma intensa atividade mental : o sujeito pensa compulsivamente, rumina ideias, revisita eventos passados, tenta prever o futuro, ensaia falas, arrepende-se de atos e se tortura com dúvidas . Em alguns casos, surgem também rituais e comportamentos repetitivos que servem para aliviar a angústia mas nem sempre de forma eficaz. O obsessivo pensa para não agir. Pensa para não desejar. Seu pensamento é, muitas vezes, uma defesa contra a angústia que o desejo provoca . Freud observou que o obsessivo é tomado por uma culpa inconsciente : teme que seus p...

Ansiedade, tristeza, depressão e melancolia: as nuances da dor psíquica

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Ansiedade, tristeza, depressão e melancolia são experiências humanas distintas, embora comumente confundidas no discurso cotidiano. Cada uma tem uma natureza própria, causas específicas e manifestações singulares no corpo e na mente. Para compreendê-las com profundidade, é necessário olhar para suas raízes etimológicas, seus fundamentos psíquicos e seus efeitos sobre o sujeito. Ansiedade  deriva do latim  anxietas , que remete ao estado de sufocamento, de inquietação interna. Ela é uma resposta natural do organismo diante de uma ameaça, seja real ou imaginária. Trata-se de uma tensão antecipatória que se manifesta tanto no corpo (taquicardia, sudorese, tremores) quanto na mente (ruminações, medo do futuro, sensação de que algo ruim vai acontecer). Na psicanálise, Freud já apontava que a ansiedade está ligada à angústia de separação, à perda de algo vital ou ao conflito entre pulsões. É uma das primeiras manifestações que podem surgir diante de sobrecargas emocionais. Tristeza ...

Culpa e Vergonha - Estudos Sobre o Superego

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Culpa  e  vergonha  são feridas silenciosas da alma, moldadas pela mão invisível do  Superego  - essa  instância psíquica  que  vigia ,  censura ,  corrige  e  pune . São afetos primordiais, enraizados no processo de civilização e internalização das normas sociais, cujas raízes se entrelaçam com o desejo de pertencimento e com o medo da exclusão. Na tradição psicanalítica, são dois modos distintos, porém complementares, de o sujeito ser afetado por suas faltas  reais  ou  imaginárias . A etimologia nos ilumina. A palavra “culpa” vem do latim  culpa , que significa “falta”, “erro”, “falha”. Já “vergonha” deriva do latim  verecundia , que está ligada a “temor respeitoso”, pudor ou recato. Ambas emergem da tensão entre o desejo e a interdição, entre o princípio do prazer e o da realidade. Mas enquanto a culpa exige expiação diante de uma autoridade interiorizada, a vergonha prefere o silêncio e o ocultamen...

O que é o desejo na psicanálise

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O que é o desejo na psicanálise A palavra " desejo " nasce do latim desiderium , que carrega consigo o peso de uma ausência. Desejar é sentir falta de uma estrela que se apagou do céu da alma. Essa raiz etimológica já sussurra aquilo que a psicanálise ecoará de forma contundente: o desejo é falta. É aquilo que nos move, não pelo que temos, mas pelo que nos escapa. Desejar é dançar com a ausência, é caminhar sobre o abismo do que nunca se possui por completo. Na obra de Freud, o desejo é pulsão revestida de significação psíquica. Ele se manifesta como libido, essa energia que atravessa o corpo e o pensamento, moldando fantasias, sonhos, lapsos e repetições. Freud mostra que o desejo não se limita à satisfação de uma necessidade. Ao contrário, ele nasce justamente quando a necessidade não encontra um objeto pleno. A criança chora pelo seio da mãe, mas recebe, junto ao leite, o olhar, a voz, o tempo. O desejo surge como um resto, um excesso, uma sobra que insiste, que retorn...