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Mostrando postagens com o rótulo Psicanalistas

Pierre Marty entre corpo e psique

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Pierre Marty entre corpo e psique Em português o nome Pierre Marty se pronuncia aproximadamente como “Piéʁ Mar-ti” , onde: “Piéʁ” - o “Pie” soa como “pié” (com som de “é” fechado) e o “r” do estilo francês final, levemente gutural ou vibrante no fundo da garganta; “Mar-ti” - “Mar” com “a” aberto (como em “árvore”) e “ti” com “i” curto, “mar-ti”. Logo: Pié-r Mar-ti . Quem foi Pierre Marty? Ele nasceu em 11 de março de 1918 , em Saint-Céré, França, e faleceu em 14 de junho de 1993 , em Villejuif (ou arredores de Paris). ( Wikipédia ) Ele foi médico psiquiatra e psicanalista, integrante da Société psychanalytique de Paris (SPP), chegando a exercer cargos de liderança nessa instituição. ( Enciclopédia ) Durante a década de 1950 já participava da emergência de uma “escola psicossomática” em Paris, juntamente com colegas como Michel Fain, Michel de M’Uzan e Christian David. ( shs.cairn.info ) Em 1972 fundou, com Michel Fain, o Instituto de Psicossomática de Paris (IPSO), que viria...

Checklist para Psicanalistas: Como apoiar empresas na adequação à nova NR-01

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Checklist para Psicanalistas: Como apoiar empresas na adequação à nova NR-01 A Portaria MTE nº 1.419/2024 , publicada em 27 de agosto de 2024, alterou a Norma Regulamentadora nº 1 (NR-01) , tornando obrigatória a inclusão dos riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) . Essa exigência entrou em vigor em 26 de maio de 2025 e agora todas as empresas brasileiras regidas pela CLT precisam se adequar. O empregador é o responsável legal, e a fiscalização cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego . Isso abre um campo de atuação estratégico para psicanalistas e profissionais de saúde mental: ajudar organizações a compreender, diagnosticar e elaborar planos de ação que respeitem a subjetividade dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, cumpram a legislação . Checklist prático para consultoria psicanalítica em empresas 1. Diagnóstico inicial Levantar fatores de risco psicossociais (sobrecarga, assédio, metas abusivas, isolamento, falta de reconhecimento). Utilizar ...

Contardo Calligaris

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Contardo Calligaris: entre a clínica e a literatura da alma Quando penso em Contardo Calligaris , não consigo limitá-lo ao rótulo de psicanalista. Ele foi um viajante da linguagem, um intérprete da vida, um cronista das nossas misérias e grandezas. Nascido em Milão, em 2 de junho de 1948, em uma família de médicos, cresceu entre diagnósticos e remédios, mas logo percebeu que a alma não se deixa prender em exames laboratoriais. Escolheu, em vez da bisturi, a palavra. Em vez da prescrição, a escuta. Ainda jovem partiu para a França, onde mergulhou na filosofia e na psicologia clínica, atravessado pelas ideias de Jacques Lacan, que o marcaram como mestre e provocador. Ali descobriu que a psicanálise não é um dogma, mas um campo de batalhas simbólicas. Essa formação lhe deu o rigor, mas foi sua natureza inquieta e cosmopolita que o empurrou para fora das fronteiras. Veio ao Brasil nos anos 1980, e aqui se reinventou. No Brasil, Calligaris não foi apenas estrangeiro, foi alguém que esco...

Mark Solms

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Em português do Brasil, o nome Mark Solms costuma ser pronunciado assim: Mark → “Márk” (com o “r” bem marcado, como em marca ). Solms → “Solms” (pronuncia-se como está escrito, com o “l” e o “m” soando, e o “s” final como “ss”). Fica algo como: “Márk Sólms” . Mark Solms é uma dessas figuras que me faz pensar que a psicanálise nunca deixou de dialogar com a ciência, ainda que muitos tenham tentado confiná-la a um campo apenas interpretativo. Nascido em 1961, na África do Sul, Solms cresceu em meio a um contexto político e social marcado pelo apartheid, um cenário que certamente lhe deu o olhar crítico e inquieto que atravessa sua obra. Neuropsicólogo e psicanalista , ele ousou trilhar um caminho considerado improvável: unir a psicanálise freudiana com as descobertas da neurociência, fundando o campo que hoje chamamos de neuropsicanálise . Freud sempre insistiu que a psicanálise deveria ser considerada uma ciência do inconsciente, e em A Interpretação dos Sonhos deixou claro q...

Erik Erikson: Reflexões sobre Identidade, Vida e Psicanálise

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Erik Erikson : Reflexões sobre Identidade, Vida e Psicanálise Falar de Erik Erikson é falar de um homem cuja própria vida já parecia anunciar sua obra. Nascido em Frankfurt, em 1902, filho de mãe dinamarquesa judia e de um pai biológico ausente, cresceu cercado por um sentimento de estranhamento e de busca. Quem sou eu? De onde vim? Questões que qualquer um de nós carrega, mas que, nele, ganharam uma densidade existencial que se transformaria em pensamento científico e clínico. Freud afirmava que “as experiências infantis são a matriz de nossa vida futura”, e não é difícil perceber que a vida de Erikson foi marcada justamente por essa herança de enigmas e ausências. A juventude e o encontro com a psicanálise Na juventude, Erikson mudou-se para Viena. Ali, encontrou Anna Freud, filha de Sigmund Freud, e mergulhou na psicanálise infantil. Esse contato não apenas moldou sua formação, mas lhe abriu os olhos para um olhar mais amplo sobre o desenvolvimento humano. Enquanto a psicanáli...

Ana Suy

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Quando penso em Ana Suy , vislumbro uma figura feita de coragem e sensibilidade. Formada em Psicologia pela PUC-PR, mestra em Psicologia Clínica pela UFPR e doutora em Pesquisa e Clínica em Psicanálise pela UERJ, ela trouxe à psicologia brasileira um sopro de clareza e humanidade. Ainda que eu não saiba em que cidade ela nasceu, tenho certeza de que sua origem não está em um lugar geográfico, mas no encontro profundo com o outro, com seu vazio, seu anseio, seu percurso. Ao longo de sua trajetória, Ana se estabeleceu como psicanalista, professora e escritora, mas é sobretudo uma tradutora da alma contemporânea. Seus livros:  A gente mira no amor e acerta na solidão , Não pise no meu vazio , A corda que sai do útero , As cabanas que o amor faz em nós e Amor, desejo e psicanálise,  dialogam com leitores que nunca pisaram em consultório. Ela escreve como quem entrega uma ponte: entre o freudiano e o humano, entre o sentido e o sentimento. Ela também coordena com inspiração inicia...

Atravessar o fantasma na psicanálise lacaniana: o encontro com a falta e a liberdade do desejo

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Atravessar o fantasma na psicanálise lacaniana: o encontro com a falta e a liberdade do desejo Você já parou para pensar que muito do que chamamos de vida é guiado por um roteiro invisível? Lacan chamou esse roteiro de fantasma. É uma cena interna, quase um teatro silencioso, que dá sentido ao nosso desejo e ao nosso sofrimento. Mas o que acontece quando percebemos que esse teatro não é a vida real, e que somos mais do que o personagem que atuamos? É aqui que entra um dos conceitos mais provocativos da psicanálise lacaniana: atravessar o fantasma. Essa é a experiência em que o sujeito se separa da ilusão que sustenta suas repetições e aceita a falta como algo constitutivo, não para eliminá-la, mas para lidar com ela de forma criativa e responsável. O que é o fantasma para Lacan Na teoria lacaniana, o fantasma é a estrutura imaginária que organiza o desejo . Ele é formado pelas marcas do inconsciente , pelas experiências com o outro e pelas perdas iniciais que moldam nossa subjetiv...

Resumo do Livro: Regulação Emocional em Psicoterapia - Um Guia para o Terapeuta Cognitivo-Comportamental

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Regulação Emocional em Psicoterapia: abrindo caminho entre o sentir e o transformar Imagine entrar numa sala silenciosa e reconhecer, com precisão poética, cada emoção que insiste em falar, desde o sussurro da melancolia até o grito da raiva . Esta introdução é um convite urgente: regulação emocional não é dom, nem técnica fria, mas dança entre entendimento e transformação. Se você é terapeuta ou curioso, este texto traduz o livro Regulação Emocional em Psicoterapia: um guia para o terapeuta cognitivo-comportamental , de Robert L. Leahy, Dennis Tirch e Lisa A. Napolitano, em luz para sua prática e reflexão. O livro em estrutura e propósito Neste guia de 11 capítulos que funcionam como etapas para navegar as emoções humanas, Leahy traça o mapa necessário para o terapeuta cognitivo-comportamental enfrentar não apenas pensamentos, mas emoções temidas ou evitadas por seus pacientes, sem olhar para o diagnóstico mas para o território emocional compartilhado ( SciELO , Amazon Brasil ). O ap...

Diagnóstico Psicanalítico: Como Nancy McWilliams Revela a Complexidade da Mente Humana

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Diagnóstico Psicanalítico: Como Nancy McWilliams Revela a Complexidade da Mente Humana A mente humana é um território fascinante e, muitas vezes, inexplorado. Nancy McWilliams, em Diagnóstico Psicanalista , nos oferece um mapa detalhado desse território, mostrando que o diagnóstico psicanalítico vai muito além de simples rótulos clínicos . Ele é uma chave que abre portas para entender padrões emocionais, conflitos internos e os mecanismos de defesa que estruturam a personalidade . Se você busca compreender a psique humana de forma profunda, prepare-se: este é um convite para pensar, refletir e talvez questionar suas próprias percepções sobre você e os outros. O Que é Diagnóstico Psicanalítico e Por Que Ele Importa Ao contrário dos manuais psiquiátricos tradicionais, McWilliams propõe um diagnóstico que integra história pessoal, dinâmica emocional e funcionamento relacional . O diagnóstico psicanalítico não é apenas descritivo; ele é interpretativo. Ele permite ao terapeuta compree...

Magda B. Arnold

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A Memória e o Cérebro : Reflexões a partir de Magda B. Arnold Introdução: o espelho quebrado da memória A memória é o palco invisível onde nossa vida se representa. Tudo o que somos, nossas dores, alegrias e experiências, depende dessa capacidade misteriosa de reter e evocar o vivido . Mas até que ponto a memória é fiel? Até que ponto ela reconstrói e inventa, ao invés de apenas registrar? Essa pergunta acompanha filósofos, psicanalistas e neurocientistas há séculos. Entre os estudiosos modernos, a psicóloga Magda B. Arnold destacou-se por suas pesquisas sobre emoção, percepção e memória , trazendo luz à relação íntima entre cérebro, afeto e lembrança. Pensar a memória é pensar a identidade. É revisitar o fio que nos une ao passado e nos projeta para o futuro. Nesse artigo vamos explorar como Magda Arnold compreendeu a memória, como suas ideias dialogam com a psicanálise e com a neurociência, e por que pensar sobre isso pode transformar o modo como lidamos com nós mesmos. Quem fo...