Ana Suy
Ao longo de sua trajetória, Ana se estabeleceu como psicanalista, professora e escritora, mas é sobretudo uma tradutora da alma contemporânea. Seus livros: A gente mira no amor e acerta na solidão, Não pise no meu vazio, A corda que sai do útero, As cabanas que o amor faz em nós e Amor, desejo e psicanálise, dialogam com leitores que nunca pisaram em consultório. Ela escreve como quem entrega uma ponte: entre o freudiano e o humano, entre o sentido e o sentimento.
Ela também coordena com inspiração iniciativas como “Lendo Freud Hoje” e “Clube de Palavras”, que aproximam a psicanálise da vida, da arte e da cultura. É como se abrisse uma janela silenciosa para que nós, leigos ou estudantes, possamos ouvir os ecos de um Freud que nunca nos habita com frieza, mas com intimidade.
Seus méritos já foram reconhecidos: semifinalista do Prêmio Jabuti em 2023 e 2024 e bem merecidos. Porque seu trabalho não é apenas erudição, mas afeto aplicado. Ela foi também uma das convidadas do Café Filosófico CPFL, abordando a tríade “vergonha, solidão e desamparo”, palavras densas que ela transforma em vocabulário para nossa época, ajudando cada um a se nomear.
Não encontrei registro de sua morte, e a verdade é que, enquanto seus textos seguiram presentes em minhas mãos, sinto como se ela estivesse viva em cada palavra. E por falar em palavra, lembro-me de Clarice Lispector, quando escreveu: “Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome.” Ana Suy parece escrita em cima desse desejo, um desejo inerme, curioso, e profundamente humano.
Referências bibliográficas
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Ana Suy. A gente mira no amor e acerta na solidão.
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Ana Suy. Não pise no meu vazio.
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Ana Suy. A corda que sai do útero.
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Ana Suy. As cabanas que o amor faz em nós.
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Ana Suy. Amor, desejo e psicanálise.
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“Lendo Freud Hoje” — iniciativa coordenada por Ana Suy.
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“Clube de Palavras” — iniciativa coordenada por Ana Suy.

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