Formação de psicanalistas e saúde mental: o debate na Câmara com nomes reais (18/09/2025)

Formação de psicanalistas e saúde mental: o debate na Câmara com nomes reais (18/09/2025)
Formação de psicanalistas e saúde mental: o debate na Câmara com nomes reais (18/09/2025)

Introdução impactante

Em 18 de setembro de 2025, no Plenário 7 da Câmara dos Deputados, realizou-se uma audiência pública com o tema “Formação de psicanalistas” que mobilizou vozes do legislativo e da psicanálise. Houve tensão entre liberdade da formação e salvaguarda da população vulnerável. Agora sabemos quem falou, quem representou entidades e quais argumentos foram postos em cena. Este artigo reconstrói essa sessão com nomes, críticas, riscos e possibilidades para que possamos pensar com clareza a regulamentação da formação psicanalítica no Brasil.

Quem esteve na mesa e quem se manifestou

A audiência foi requerida pelos deputados Paulo Folletto (PSB-ES), Jorge Solla (PT-BA) e Flávia Morais (PDT-GO). (Portal da Câmara dos Deputados)

Dos deputados, figuraram também Glauber Braga (PSOL-RJ) e Tarcísio Motta (PSOL-RJ) como oradores na sessão. (Portal da Câmara dos Deputados)

Entre os psicanalistas, estiveram presentes:

Entre representantes de instituições e entidades, destacaram-se:

Esses nomes e papéis foram extraídos da integra da reunião pública disponibilizada no site da Câmara. (Portal da Câmara dos Deputados)

O cerne da disputa e argumentos com nomes

Autonomia da formação versus padrão mínimo

Paulo Folletto, proponente da audiência, alertou que cursos de baixa qualidade ou atrelados ao MEC sem rigidez clínica podem comprometer a saúde mental da população. Ele disse que “profissionais despreparados podem agravar o sofrimento psíquico, criar dependência emocional e prejudicar autoestima”. (Portal da Câmara dos Deputados)

Christian Dunker, enquanto psicanalista convidado, defendeu que a formação psicanalítica exige densidade teórica, análise pessoal e supervisão características que não podem ser reduzidas a parâmetros acadêmicos superficiais. (vídeo da audiência) (YouTube)

Denise Maurano Mello, representando a Articulação das Entidades Psicanalíticas, alertou para a pluralidade de escolas e para o risco de uma normativa estatal uniformizadora que descaracterizaria a prática psicanalítica. (Portal da Câmara dos Deputados)

Antônio Geraldo da Silva, da ABP, ponderou que estados vulneráveis da população exigem salvaguardas: “quem atende com pouca qualificação pode causar dano em vez de cura”. (Portal da Câmara dos Deputados)

Daniel de Aquino Ximenes, do MEC, falou em regulação como forma de controle de qualidade e integração possível entre ensino superior e práticas profissionais. (Portal da Câmara dos Deputados)

Paolo Lollo representou uma visão internacional da psicanálise (Corpo Freudiano), lembrando que em outros países também há debate entre regulamentação e autonomia institucional. (Portal da Câmara dos Deputados)

Questões simbólicas e críticas com nomes concretos

Esse debate não foi abstrato: cada nome encarnou posições simbólicas. Paulo Folletto representou o Estado interventor desejoso de norma. Christian Dunker e demais psicanalistas representaram a tradição clínica que teme a técnica padronizada. O MEC, por meio de Ximenes, simbolizou a ponte entre formação acadêmica e práticas profissionais. Entidades como ABP e Articulação corporificaram os interesses de salvaguarda institucional e ética.

Esse embate reflete a tensão entre autonomia clínica e autoridade institucional uma luta simbólica entre o superego estatal e o desejo de liberdade da psicanálise.

Caminhos adiante com base no debate real

  1. Elaboração de pactos mínimos com participação plural
    Com os nomes reconhecidos, pode-se promover grupos técnicos com esses atores para definir critérios mínimos sem supressão da diferença teórica.

  2. Formação híbrida estruturada
    Cursos universitários podem oferecer módulos teóricos, mas a parte clínica profunda fica sob responsabilidade das escolas psicanalíticas que participaram da audiência.

  3. Órgãos de fiscalização ética inclusiva
    Dado que entidades como ABP e Articulação estavam presentes, estes poderiam integrar comissões de ética e certificação.

  4. Avaliação contínua e prestação de contas
    Instituições comprometidas precisam se submeter a auditoria de qualidade e capacidade clínica, com supervisão responsável.

Conclusão provocativa

Agora que sabemos quem falou: Folletto, Dunker, Lollo, Mello, Ximenes e tantos outros, o debate deixa de ser abstrato. A regulamentação da formação psicanalítica não é só sobre diplomas, mas sobre quem cuidará das almas fragilizadas. Quando o Estado exige padrão, exercita pai; quando o psicanalista resiste, invoca liberdade. Qual dessas figuras será capaz de servir o paciente, e não a ideologia institucional?

Você, leitor e profissional, que posição assume a do Estado emissor de lei ou a do analista que escuta o inconsciente? E onde colocar o limite entre ambos? O evento de 18/09/2025 nos lembra que esse conflito simbólico está vivo, e será decisivo para o futuro da psicanálise no Brasil.

Assista o video na íntegra sobre o debate na Câmara dos Deputados! 

Referências bibliográficas

  • Câmara dos Deputados. “ Formação de psicanalistas – audiência pública na Comissão de Saúde, 18/09/2025: lista de oradores e documentos.” (Portal da Câmara dos Deputados)

  • Agência Câmara de Notícias. “ Comissão da Câmara debate formação de psicanalistas e impactos na saúde mental.” (Portal da Câmara dos Deputados)

  • YouTube. “Formação de psicanalistas | Audiência ao vivo 18.09.2025.” (YouTube)

  • YouTube. “Paulo Folletto comenta formação de psicanalistas e impactos.” (YouTube)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Kierkegaard: O Filósofo da Angústia e da Liberdade

Jacques Lacan - Função e Campo da Fala e da Linguagem em Psicanálise (1953)

Atravessar o fantasma na psicanálise lacaniana: o encontro com a falta e a liberdade do desejo

Erik Erikson: Reflexões sobre Identidade, Vida e Psicanálise

Psicologia das Massas e Análise do Eu (1921), do psicanalista Freud: Você é real quando está na multidão?

A Interpretação dos Sonhos: quando o inconsciente revela sua poesia noturna

Trauma e Recuperação: Judith Lewis Herman e o mapa da cura interior