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Yoga: uma escuta do corpo e da alma

Aula de prática complementar para a Saúde (yoga) ministrada no dia 07 de Novembro de 2023 na  @aspmp  - Associação dos Funcionários Públicos do Município de Pindamonhangaba - SP. Nesse dia contamos com mais de 60 participantes. Yoga: uma escuta do corpo e da alma Em um mundo acelerado, onde o tempo parece sempre faltar e o corpo muitas vezes é tratado como máquina, a prática de yoga se apresenta como um espaço de escuta, reencontro e cuidado. Mais do que uma atividade física, o yoga é um caminho que integra corpo, mente e espírito. Sua importância como prática complementar para a saúde está no modo como convida o sujeito a pausar, habitar o próprio corpo e se reconectar com o que há de mais essencial: o silêncio interior. Na perspectiva psicanalítica, o corpo não é apenas um organismo biológico, mas um corpo s imbólico, afetado pela linguagem, pelo desejo e pelas marcas do inconsciente. Muitas vezes, carregamos no corpo aquilo que não conseguimos dizer com palavras. Os ásana...

Neurose, Psicose e Perversão

Neurose, Psicose e Perversão: três respostas do sujeito à castração No breve e denso texto “Neurose e Psicose” (1924), Sigmund Freud nos oferece uma contribuição essencial para compreender as estruturas clínicas fundamentais da psicanálise. Mesmo que a perversão não seja o foco central do ensaio, ela se articula à reflexão de maneira implícita, pois, para Freud, as neuroses, as psicoses e as perversões não são doenças isoladas, mas modos distintos de resposta do sujeito diante da realidade, do desejo e da perda estrutural que marca a condição humana . Freud parte de um ponto essencial: toda experiência subjetiva se organiza a partir do conflito entre o Eu (ego), o mundo externo e as exigências pulsionais do inconsciente. A subjetividade não é um dado pronto. Ela se constitui por meio de defesas, recalques, construções simbólicas e tentativas de dar sentido àquilo que escapa à razão. Nesse cenário, a realidade externa impõe limites, e o sujeito precisa lidar com a frustração, com a ...

A perversão e seu lugar na cultura contemporânea

A perversão e seu lugar na cultura contemporânea Na tradição psicanalítica, a perversão nunca foi pensada como um simples "desvio moral" ou um "comportamento sexual anômalo". Para Freud e Lacan, a perversão é uma estrutura clínica , uma forma singular de o sujeito se posicionar diante da castração, do desejo e da Lei. Porém, ao deslocarmos o olhar para o cenário cultural atual, é possível perceber como o funcionamento perverso que outrora aparecia com mais nitidez nos indivíduos  passa a marcar também a lógica social , política e até econômica. A perversão, hoje, está menos nos consultórios e mais nas vitrines, nos algoritmos, nas telas e nos discursos. Freud, em textos como Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade , desmistificou a sexualidade humana ao mostrar que ela não é natural nem normal no sentido médico-moral do termo. O que chamamos de “perversões” voyeurismo, fetichismo, masoquismo, entre outras são, na verdade, formas fundamentais do desejo humano ...

Mentalização

Esta noite entrego meu corpo e alma à Força da Natureza, a qual retribuirá minhas ações construtivas, emoções limpas e pensamentos edificantes, proporcionando mais saúde ao meu corpo, mais felicidade ao meu emocional e mais lucidez à minha mente.  Amanhã será um novo dia em minha vida, em que acordarei com a disposição de ser uma uma pessoa melhor e mais feliz. Compartilharei as boas coisas e bons pensamentos. Quero me reeducar gradualmente para servir melhor às pessoas com quem me relacionar. Sei que fui mais tolerante hoje do que ontem e amanhã serie mais do que hoje.  Amanhã vou aprender mais coisas e realizar algo de bom. Vou agir, vou levantar-me e fazer, vou realizar ações efetivas para a edificação daquilo em que eu acredito e em defesa dos ideais em que creio.  Vou construir mais, realizar mais, vou modificar o meu karma e deixar a minha marca no mundo com atitudes boas e positivas.  Fonte: livro "Tratado de Yoga", Professor DeRose,  Egrégora Books .

A Traição: espelho do desejo, fenda do sujeito

A Traição: espelho do desejo, fenda do sujeito A traição é, talvez, uma das experiências humanas mais difíceis de assimilar. Quem a sofre sente-se atingido em sua dignidade, em sua confiança, na estrutura que sustentava uma relação. Quem a comete, muitas vezes, encontra-se dividido entre o impulso e a culpa, entre o desejo e o interdito . Culturalmente associada à deslealdade, à quebra de confiança, à ferida narcísica, a traição é mais do que um ato moralmente reprovável. É, para a psicanálise, um fenômeno que revela as camadas subterrâneas do desejo humano, suas ambiguidades, suas faltas, suas fantasias . O que nos trai, afinal? Seria o outro ou nosso próprio desejo? É possível trair alguém sem, antes, trair a si mesmo? Para começar a pensar a traição à luz da psicanálise, é necessário abandonar as categorias binárias de certo e errado, inocente e culpado. Freud nos ensinou que o sujeito é dividido, movido por pulsões que nem sempre obedecem à lógica da moral ou da consciência. A t...

O Grande Mestre: aquele que desperta o sujeito

O Grande Mestre: aquele que desperta o sujeito Em tempos marcados pela velocidade da informação , pela pressa em responder antes mesmo de escutar , pela ilusão de que tudo pode ser aprendido por tutoriais e fórmulas rápidas , falar do "grande mestre" é quase um ato subversivo. Não se trata de exaltar alguém que detém respostas prontas ou que ocupa um lugar de autoridade indiscutível . O grande mestre não é aquele que ensina o que pensar, mas aquele que nos convoca a pensar. Ele não transmite apenas conhecimento: ele encarna uma presença que desacomoda, que fere suavemente, que instala a dúvida e, com ela, o desejo de saber . Na psicanálise, o mestre não é uma função estática , mas uma posição simbólica que pode ser ocupada, em certos momentos, por aqueles que despertam no outro a busca por sua verdade. Freud foi, sem dúvida, um grande mestre não porque tenha explicado tudo, mas porque abriu as perguntas certas . Ele se recusou a oferecer o alívio de respostas fáceis e, em...

A Fase Oral: Primeira Morada do Desejo e do Ser

A Fase Oral: Primeira Morada do Desejo e do Ser A fase oral é a primeira etapa do desenvolvimento psicossexual do ser humano segundo a teoria freudiana. Ela se estende, aproximadamente, do nascimento até o primeiro ano e meio de vida, marcando um período em que a boca é a principal zona erógena . No entanto, reduzir essa fase a uma simples questão de alimentação seria empobrecer profundamente sua complexidade. A oralidade não é apenas um estágio biológico ou fisiológico: é um lugar inaugural do encontro com o mundo, com o outro e, sobretudo, com o desejo. Para a psicanálise, o recém-nascido é um ser atravessado por uma radical dependência. Ele não se basta. Precisa do outro geralmente a mãe ou a figura materna para sobreviver. A satisfação das suas necessidades mais básicas não ocorre de modo automático, mas mediada por um campo de afetos, de cuidados, de palavras e de gestos. A boca, nesse cenário, torna-se o primeiro instrumento de relação com o mundo externo . Ao mamar, o bebê ...