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Mostrando postagens de agosto 10, 2025

Alfred Adler: Psicologia Individual, Sentimento de Inferioridade e Superação Pessoal

Alfred Adler: Psicologia Individual, Sentimento de Inferioridade e Superação Pessoal Introdução: A fragilidade que move o mundo Em meio aos gigantes da psicologia, Alfred Adler se destaca como o fundador da Psicologia Individual , uma abordagem que vê o ser humano como um todo indivisível, inseparável de seu contexto social e emocional . Sua teoria não se limita a sintomas ou diagnósticos; ela mergulha no sentido da vida, no sentimento de inferioridade e no impulso criativo de superação. Enquanto Freud explorava o inconsciente moldado pelo desejo, Adler questionava: o que fazemos com nossa própria insuficiência? É nesse ponto que ele nos provoca, convidando-nos a transformar a fragilidade em força e a limitação em propósito. Quem foi Alfred Adler Nascido em Viena, Áustria, em 1870, Alfred Adler enfrentou problemas de saúde graves na infância, experiência que moldou sua visão sobre a vulnerabilidade humana . Médico de formação, iniciou sua carreira na oftalmologia, mas encontrou ...

Além do Princípio do Prazer - O que Freud descobriu sobre a parte mais enigmática da nossa mente

  Além do Princípio do Prazer - O que Freud descobriu sobre a parte mais enigmática da nossa mente Imagine que você vive sua vida acreditando que tudo o que fazemos é para buscar prazer e evitar dor . Parece lógico, certo? Evitar o que nos machuca e buscar o que nos agrada. Essa ideia foi durante muito tempo a base do pensamento de Freud e de grande parte da psicologia. Mas, em 1920, ele lançou um texto que mudou tudo: Além do Princípio do Prazer . Ali, ele abriu uma porta para um território sombrio e fascinante da mente humana. Quando a lógica do prazer não explica tudo Freud começou a notar algo estranho. Pacientes traumatizados não buscavam apenas se afastar da dor. Soldados que voltavam da Primeira Guerra Mundial tinham sonhos que repetiam, noite após noite, o momento exato do trauma. Crianças brincavam de simular o abandono, como se quisessem reviver uma cena dolorosa. Pessoas repetiam relacionamentos e situações que já tinham machucado antes. Nada disso fazia sentido se a...

Michel Foucault

  O sobrenome Foucault é de origem francesa e deriva do nome germânico Folcard ou   Folcwald , formado por duas partes: folc ou folk = “povo” wald = “governar”, “comandar” Portanto, etimologicamente, Foucault significa algo como “aquele que governa o povo” ou “o protetor do povo” . O nome chegou à França durante a Idade Média, quando influências germânicas e francas se misturaram ao francês antigo. Com o tempo, passou por adaptações fonéticas e ortográficas até chegar à forma moderna Foucault , mantendo a pronúncia aproximada de “Fucô” em português. Michel Foucault, pronunciado em português como “Mi-shel Fu-có” , não é apenas um nome, mas um convite à reflexão profunda sobre as intrincadas relações entre saber, poder e subjetividade que atravessam nossa existência. Nascido em 1926, na cidade de Poitiers, França , sua infância e adolescência foram marcadas por inquietações próprias de um espírito que se recusava a aceitar as verdades prontas. De família tr...

Erik Erikson

Erik Erikson : O cartógrafo das crises que nos moldam Introdução: a vida como um campo de batalhas internas Alguns escrevem teorias; outros escrevem mapas que nos obrigam a encarar a nós mesmos. Erik Erikson pertence a essa segunda categoria. Seu trabalho não foi apenas sobre crianças, adolescentes ou adultos isoladamente. Ele propôs algo mais ousado: que a vida inteira é atravessada por uma sequência de crises inevitáveis. E que, se não as enfrentamos, elas voltam como fantasmas teimosos exigindo resolução . A proposta de Erikson é incômoda: o desenvolvimento humano não é uma linha reta de progresso, mas uma série de quedas e reconstruções . É uma psicanálise com gosto de epopeia, onde cada capítulo é uma batalha psicológica e cada vitória é provisória . As origens de um inquieto Erik Homburger Erikson nasceu em 15 de junho de 1902, em Frankfurt , Alemanha, carregando desde cedo um enigma de identidade. Filho de pai biológico desconhecido e de mãe dinamarquesa, foi criado por u...

Foucault e a Saúde Mental: Entre o Poder e a Libertação

Foucault e a Saúde Mental: Entre o Poder e a Libertação Introdução: quando a loucura fala de nós Há uma pergunta que incomoda: será que falamos sobre saúde mental ou sobre a necessidade de manter corpos e mentes sob controle? Michel Foucault, com sua lâmina de pensamento afiada, nos lembra que cada discurso sobre a loucura é também um discurso sobre o poder. Ao desvelar as relações ocultas entre saber e autoridade , ele nos convida a revisitar a história da psiquiatria, não como narrativa neutra, mas como campo de disputa onde o normal e o patológico são definidos por quem detém a palavra . O saber psiquiátrico e o tecido da sociedade Desde o século XVIII, a sociedade moderna entrelaçou seu destino aos saberes médicos e psiquiátricos. O manicômio, longe de ser apenas um espaço de cura, tornou-se símbolo de exclusão, disciplinamento e normatização . Foucault mostra que, muitas vezes, a psiquiatria não apenas trata, mas define o que é “tratar”, moldando a própria ideia de sujeito...

Montesquieu

Charles-Louis de Secondat, Barão de La Brède e Montesquieu (1689–1755), é um nome que ecoa não só nos corredores do Iluminismo, mas também nas estruturas que sustentam a política e o direito contemporâneos . Considerado um dos grandes pensadores do século XVIII , Montesquieu inaugurou uma nova era do pensamento crítico ao propor que o poder deve ser dividido e equilibrado para evitar a tirania . Neste artigo, vamos explorar a vida e obra desse filósofo e jurista francês, destacando os temas centrais de seu pensamento e refletindo sobre a atualidade das suas ideias, convidando você a questionar até que ponto as instituições que nos governam respeitam os princípios que ele tão brilhantemente formulou . Obs.:  No nosso idioma na língua portuguesa, simplificamos para essa forma mais próxima: Mon-tês-quiêu  - com o "u" final soando como o "u" de “céu” e o "s" de “Montes” pronunciado como “ss” mesmo. Montesquieu e o espírito das leis: uma revolução no pensament...

Contardo Calligaris - Cartas a um Jovem Terapeuta: o ofício da escuta, o tempo e o mistério do encontro

Contardo Calligaris - Cartas a um Jovem Terapeuta : o ofício da escuta, o tempo e o mistério do encontro Você já imaginou uma conversa íntima, sem pressa, entre um mestre e um aprendiz , regada a café, onde o silêncio também fala e o tempo parece esticar? É essa atmosfera que Contardo Calligaris cria em Cartas a um Jovem Terapeuta , livro que vai muito além de um manual técnico. Aqui, a psicanálise aparece como um encontro humano, uma aventura de escuta e compreensão, em que o terapeuta se revela aprendiz de si mesmo e do outro . Neste artigo, convido você a mergulhar nessa obra sensível e provocativa, que não entrega fórmulas, mas oferece um convite à reflexão profunda sobre o fazer clínico e sobre o tempo que escorre nas entrelinhas da escuta . A escrita como um diálogo sentado à mesa Calligaris não fala para uma plateia distante. Ele escreve como quem olha nos olhos do aprendiz, com a cumplicidade de quem sabe que não existem respostas prontas, mas um caminho a ser trilhado com ...

Psicologia das Massas e Análise do Eu (1921), do psicanalista Freud: Você é real quando está na multidão?

Psicologia das Massas e Análise do Eu (1921), do psicanalista Freud: Você é real quando está na multidão? Você já parou para pensar se o “eu” que acredita ser tão sólido e autônomo não se dilui quando entra numa multidão? Será que sua liberdade é genuína, ou um produto da força silenciosa do grupo? Em Psicologia das Massas e Análise do Eu (1921), Freud mergulha na alma coletiva e revela o que acontece com o indivíduo quando ele se transforma numa parte de algo maior, um organismo que pulsa, sente e age por si só . O que Freud queria que entendêssemos é que, na massa, o sujeito muda, se perde e se encontra de formas inesperadas . Este artigo vai desvendar os mecanismos inconscientes que moldam essa transformação, abrindo uma porta para refletirmos sobre o nosso próprio lugar na sociedade contemporânea. O que é “ Psicologia das Massas e Análise do Eu ”? Freud escreve essa obra para investigar o fenômeno das multidões , seu poder e sua complexidade. Ele parte do princípio de que o...